A centelha em você

Rahim, outro poeta do mesmo tempo de Kabir, disse: “Essa coisa de sentimento, essa coisa de entendimento – entendimento profundo – é algo que você sente. Você não fala sobre isso.” E aí ele diz: “As pessoas que falam, não sentem. E as pessoas que sentem não falam”.

E Rahim prossegue: “ Não é algo que você possa dizer e ouvir – a pessoa que sabe, que sente, não diz nada. Quem diz, não sabe”.

Entendido! Falando sobre quebra de conceitos… As pessoas falavam disso – é por isso que ele escreveu isso! Ele sabia que havia pessoas por aí dizendo: “Ah, sim, eu sei, eu sei, eu sei, eu sei” – mas não sabiam!

E ele escreveu isso porque viu que quem realmente conhece, sabe que não há nada a ser dito, porque trata-se de sentimento. Não se trata de palavras.

A religião não entra nisso. Deixe a religião ser. A religião tem sua necessidade, seu propósito. Que seja assim. Não precisa misturar com a religião.

Você não precisa ser negativo com a religião. É o que eu digo: “Se você é muçulmano, seja um bom muçulmano. Se você é um cristão, seja um bom cristão. Se você é hindu, seja um bom hindu!” Se é isso que você quer fazer, faça e faça bem.

Isso é totalmente diferente – totalmente diferente. E sua presença não é porque falta alguma coisa – mas sua presença é por si só. É o que é. É o saber. É o Gnosticismo.

Havia pessoas a quem chamavam gnósticos. E elas conversavam sobre o saber – Gnosticismo – que a centelha do Divino está dentro de todos. Era sobre isso que conversavam: a centelha do Divino está dentro de todos e é possível sentir essa centelha.

Como eu sei? Um dia, estava no meu escritório com a TV ligada e um documentário da National Geographic estava sendo exibido! Eu estava fazendo meu trabalho e de vez em quando prestava atenção ao que diziam – e voltava a trabalhar.

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De repente, o comentarista diz: “Sim, eles eram gnósticos. Eles acreditavam que a centelha do Divino está em todos e é possível sentir essa centelha ”

Do jeito que ele descreveu, não poderia ter descrito mais perfeitamente.

Então, é sobre isso: a centelha do Divino está em todos, e é possível se voltar para dentro e senti-la.

– Prem Rawat