Um dia ruim

Eu sou apenas um ser humano. E não estou aqui alegando que não tenho dias ruins – isso seria estúpido! Eu tenho! Mas também me pergunto: “Por que estou tendo um dia ruim?”

Estou tendo um dia ruim, não porque o dia está ruim! O dia é o mesmo!

Você acha que o sol sai e diz: “Eu vou atormentar esse cara”. Você realmente acha?

Há pessoas que acreditam no cosmos – você acha que todos os planetas e estrelas dizem: “Vamos acertar aquele cara?”. Não! Marte não sabe que você existe. Saturno não faz ideia que você está aqui e comeu uma torrada queimada, escorregou na banheira, teve diarreia, gripe…

Você realmente acha que Marte diz: “Sim, vamos pegar esse cara. Deixe as coisas acontecerem. Até agora, conseguimos fazê-lo escorregar na banheira, queimar a torrada, tomar um choque, não tomar o café pela manhã. Vamos continuar com esse pensamento! Deixe fluir.”

Não! Não! Não tem nada a ver com isso. Você precisa de explicações, então, cria uma explicação. E esta é a coisa bonita dos seres humanos: eles usaram sua criatividade, não para criar clareza, mas para criar uma explicação que não tem pé nem cabeça. “Por que isso está acontecendo comigo?” “Culpa da sua última vida.”

Certo. Alguém poderia me dizer o que fiz, para não fazer de novo? Ou seja, o ponto principal da punição deve ser que você não repita! Qual é o sentido de uma punição, se não lhe informarem o porquê?

Alguém vai até você e entrega uma multa: “Que multa é essa?” “Estacionar em local proibido.”

“Mas eu não tenho carro. Como posso ter essa multa? O que eu fiz? Por favor! Não farei isso de novo!”

“Não, isso é um segredo. Você vai ter que descobrir”.

Não estou dizendo que não há carma – existe! Mas é muito mais recente. Não tem nada a ver com a última vida. É nesta vida!

– Prem Rawat